domingo, 15 de maio de 2011

Dia do armistício



Giovanni Spirandelli

No dia 2 de outubro comemoramos o 79º aniversário da cessação das hostilidades do movimento constitucionalista.
Para nós, da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC Rio Preto, foi um dia de muito júbilo. A comemoração, também conhecida como Solenidade de Passagem do Armistício, foi marcada pela primeira cerimônia do gênero realizada em nossa cidade. Merece seja ponderado que a sociedade ainda tem um longo caminho a trilhar, pois carece de um museu para expor peças e documentos pertencentes a heróis rio-pretenses, que lutaram na Revolução de 1932. Para tanto, o MMDC Rio Preto precisa contar com a ajuda da Prefeitura. De qualquer maneira, o Núcleo conseguiu aprovar uma lei municipal que faz com que as escolas sediadas no município incluam na grade curricular a disciplina Moral e Civismo. Cumpre agora cobrar a atuação do Executivo quanto ao cumprimento dessa lei. Lembramos também que o desfile do dia 9 de julho, realizado na cidade, só perde em magnitude para o desfile da Capital. Nos tempos atuais, percebemos que os mais jovens desapareceram das solenidades que visam relembrar a nossa memória histórica. A vida política do País deixou de ser pensada e discutida nas esquinas, evidenciando uma decadência social, moral e cultural de elevada periculosidade cívica.

A história tem nos ensinado que o afastamento da juventude é um sinal de alarme para as nações. Por isso mesmo que a entidade fez gestão para que a lei municipal que inclui moral e civismo aos jovens rio-pretenses saísse da imaginação, exigindo dos patriotas uma providência imediata, diante da falência dos homens que governam nossas instituições. O povo do 9 de julho é a referência de honra e glória que jamais deixaremos desaparecer de nossa história. O Movimento Constitucionalista foi uma guerra que custou a vida de quase mil soldados. Curiosamente, o governo federal jamais divulgou o número de suas perdas. São Paulo combateu o bom combate, caindo de pé, restando moralmente vitorioso. Tamanho o ímpeto do povo bandeirante na época, que sua vontade restou retratada nas palavras de Ibraim Nobre: “A revolução não deveria terminar assim. Depois que fossem os filhos, iriam os pais. Depois que eles morressem, iriam as irmãs, as mães, as noivas. Todos morreriam. Mais tarde, quando alguém passasse por aqui, neste São Paulo deserto, sem pedra sobre pedra, levantando os olhos para o céu, haveria de ler, no epitáfio das estrelas, a história de um povo que não quis ser escravo.” Nada mais cívico que comemorar o valoroso Movimento Constitucionalista de 1932, não só para servir de exemplo às novas gerações, como também para ressaltar o patriotismo daqueles que lutaram em prol da constitucionalização do Brasil. Para finalizar, agora contando parte da história derradeira do episódio, São Paulo perdeu, sim, a batalha, assinando um armistício, o qual ousamos comemorar no dia 2 de outubro, mas não perdeu a guerra. Se por um lado, São Paulo foi derrotado nas armas, já que não as tinha em número suficiente, por outro lado saiu vencedor da contenda, eis que conseguiu melhorar o Brasil.

Texto originalmente publicado no Diário da Região em 14/10/2011

GIOVANNI SPIRANDELLI DA COSTA
Presidente da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC de São José do Rio Preto

Reunião do dia 11/05/2011

Nesta reunião recebemos a visita do Coronel ...